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Delmiro Gouveia

12/12/2011 08:59

Do empreendedor a Cidade

Delmiro Gouveia está ficando maior a cada dia, a cada novo estudo sobre sua vida, a cada nova adversidade vencida que se descobre na caminhada de mártir que empreendeu, isto se dando aqui e no estrangeiro. Há teses de mestrado e doutorado, além de livros e artigos, aparecendo sobre aspectos de sua ação, de seu impulso desencadeante, de seu comando agregador, de seu pensamento asperamente ianque, como disse Assis Chateaubriand em testemunho de vista, ou sobre a contradição vulcânica que acolheu dentro da alma inquieta, dilacerada entre a disciplina apolínea e a fruição de prazeres de vida rasgadamente dionisíacos.

Tudo isso nos vem à mente quando pensamos nas razões de grandeza desse homem audaciosamente vocacionado a rasgar roteiros insuspeitados de progresso material para a região Nordeste, que se erguendo por sobre o traço incerto de menino órfão no sertão mais pobre, consegue chegar às cumeadas do reconhecimento social, inclusive o do povo humilde, com seu nome ombreando-se, no quadro da história regional contemporânea, ao do padre Cícero, figura máxima da cultura popular de natureza mágica; ao de Lampião, expoente do épico na gesta e no folclore guerreiro, e ao de Gilberto Freyre, que ocupa a galeria destinada aos intérpretes eruditos de nossa realidade social, a partir de estudos sobre a formação do povo brasileiro ao longo dos períodos colonial, imperial e republicano de nossa história política. Um dos gigantes do Nordeste, portanto, na crônica erudita ou na alma do povo. Em ambas, no caso de Delmiro.

Mais do que a origem humilde de menino do mato cedo urbanizado, rebelde ao guante da mãe viúva, um quase delinqüente enfim, impressiona na biografia de êxito social de Delmiro que a busca desse sucesso tenha-se dado pelas vias do comércio e da indústria, num tempo em que a meta de um menino ambicioso em nosso país era bacharelar-se em ciências jurídicas e aspirará designação cavada, em regra, pelo sogro, senhor de engenho para cargo público parasitário. Aquele quadro de parasitismo chapa branca a que Joaquim Nabuco dedicou as páginas mais rubras de condenação.
Cabeça feita no cosmopolitismo do Recife hanseático do quartel final do século 19, Delmiro leva a organização capitalista para o sertão, onde vem a desabrochar como empreendedor, após ter sido empresário do maior sucesso no litoral. Cria riquezas como nunca se tinha visto na caatinga.

Mas aquele sertão repentino e obstinado, malsaído da tragédia de Canudos, não estava maduro para a autocracia civilizadora que implanta ali, a partir da vila da Pedra, com resultados palpáveis já por volta de 1909. E o que se vê, em 1917, naquele tenebroso 10 de outubro, é nada menos que a morte do futuro pelas piores energias do passado. O contragolpe do cangaço ao industrialismo redentor, ou vingador de Canudos”, ainda na palavra de Chateaubriand. Três tiros de tocaia em noite clara de luz elétrica. Hidrelétrica. A melhor do Nordeste, então.

Assinalar a chegada do pioneiro a Vila da Pedra em 1903, e, por exemplo, vale por mostrar o advento do empreendorismo nos sertões do Nordeste, com seu afã de geração de riquezas e de hábitos de vida civilizados nos moldes litorâneos. Delmiro revoluciona o sertão, mas também é tocado na alma pela visão da grandiosidade de cenários que este descortina. O litoral viu e aplaudiu o grande empresário e urbanista. Mas foi o sertão que fez desabrochar o empreendedor visionário. Ë bom que tudo isso seja revisitado na ocasião dos 140 anos do Nascimento de Delmiro Gouveia. Afinal, apuradas as contas, vemos que suas ações inspiraram o melhor de uma Sudene, de uma Chesf, de um Dnocs, de uma Codevasf e de uma iniciativa privada regional nem sempre presa à tabuada do custo-benefício para o dia seguinte, todas instituições a seu modo delmirianas, no afã de gerar prosperidade em ambiente por vezes hostil.

Gilberto Freyre disse, um dia, ser Joaquim Nabuco homem menos do seu tempo que do nosso. Há homens assim. Poucos. Cá do canto ficamos a pensar que o grande encontro do nordestino com a obra de Delmiro ainda está por vir. Ainda seja enevoado no futuro de pleno desenvolvimento material para a região, culminância do sonho do dominador de Paulo Afonso. Por isso que seu nome não pára de crescer, avançando avexado como era de seu estilo em busca do tempo que lhe é próprio: o futuro.

 

Curiosidades

   
 
O núcleo fabril de Pedra foi construído entre 1912 e 1917, no sertão de Alagoas pelo comerciante e industrial Delmiro Gouveia. Em Pedra havia 250 casas, escola, hotel, cassino (onde se realizavam danças e sessões de cinema), banda de música, pista de patinação, carrossel e campo de futebol. Em Pedra, a fábrica não se encarregava diretamente do comércio. Controlava, no entanto, rigidamente seu horário de funcionamento, o tipo de mercadoria oferecida e as despesas dos operários. Havia uma feira, realizada durante algumas horas do domingo, um armazém, uma padaria, um açougue, uma farmácia e uma loja de tecidos.

O cotidiano dos moradores do núcleo era controlado com rigidez pelo patrão. Tratados como problema de ordem pública, os rapazes solteiros sem família em Pedra, moravam fora do núcleo e estavam proibidos de freqüentar as casas das famílias operárias. A saída das moças do núcleo era controlada pelos fiscais, que chegavam a realizar rondas noturnas pelos arredores do local, para surpreender casais de namorados que conseguissem burlar as rígidas normas do lugar. No cinema, homens e mulheres sentavam-se em locais separados, mesmo que fossem casados. Regulamentos, vigilância severa, multas, castigos e humilhações eram os instrumentos básicos utilizados na imposição dos novos padrões de higiene, vestuário e boas maneiras. Formas usuais de divertimento como jogos de azar, caça e jogo do bicho, eram proibidas. A fábrica exigia a caiação regular das casas, punindo com multas os que se descuidavam da conservação e limpeza destas.

Em Pedra, o plano colocou-se como o ponto de partida de um amplo esforço realizado por Delmiro no sentido do controle e do recondicionamento fisico e mental dos moradores. As baixas densidades, os grandes vazios e a regularidade das construções foram as caracteristicas definidoras desse plano. O baixo valor da terra em plena caatinga não criava entraves à dispersão desejada. Os blocos de casas se espalhavam, dando lugar a ruas largas, generosas vias sanitárias, amplos quintais e vastas extensões de terras desocupadas. Apenas a rua 13 de Maio tinha casas de ambos os lados. Todos os demais blocos de casas abriam-se para espaços vazios. A legibilidade foi uma marca da ordem espacial de Pedra. Seus amplos blocos de casas padronizadas definiam ruas retas e largas, ao mesmo tempo grandiosas e singelas. Outro importante definidor do plano parece ter sido a busca de visibilidade a partir da ferrovia. A fábrica, a casa do industrial, o rinque de patinação e os primeiros blocos de casas construídos dispunham-se à margem da Estrada de Ferro Paulo Afonso.

As casas eram de alvenaria, revestidas com reboco, caiadas, cobertas de telhas de barro do tipo canal e tinham piso de tijolo. Estavam agrupadas em compridos blocos de residências térreas conjugadas, com um amplo alpendre percorrendo as fachadas, o qual remete a modelos de senzalas no Brasil, a moradias dos índios nas missões dos jesuítas próximas aos guaranis e a moradias de trabalhadores em usinas de açúcar no Nordeste do Brasil.

As casas-padrão, em Pedra, compunham-se de cinco vãos: duas salas, dois quartos e cozinha, além de sanitário no fundo do quintal. A exigüidade dos quartos, em face do tamanho médio das famílias, fazia com que as salas fossem convertidas à noite em dormitórios, sendo providas de armadores para redes. A cozinha situava-se em um alpendre nos fundos da casa. Funcionava como área de transição entre a casa e o quintal. Área suja, com fogo de lenha e molhada pela manipulação de água e líquidos, era colocada quase fora da casa. Totalmente afastado ficava o sanitário, situado no fim do quintal. Desprovido de água encanada, esgoto e fossa, era tratado como espaço a ser isolado e escondido. Algumas dessas casas sofreram ampliações de modo a abrigar famílias maiores.

As casas maiores, destinadas a funcionários mais graduados, contavam com cinco quartos (entre os quais uma alcova), três salas, cozinha, despensa e dependências. Sua localização nas esquinas permitia a existência de jardim interligado ao quintal. Dotadas de água encanada e instalações sanitárias, essas casas tinham a cozinha e o banheiro integrados ao seu espaço.

Pedra despertou admiração e entusiasmo em visitantes letrados de seu tempo, entre os quais se situam Oliveira Lima, Eugênio Gudin, Oliveira Viana, Saturnino de Brito e Assis Chateaubriand. Ao mesmo tempo, em que firmava-se o mito de Delmiro Gouveia como um industrial modelar, pela audácia, coragem e visão, concebia-se Pedra como um lugar exemplar, pela ordem, limpeza e grandiosidade de sues conjuntos de moradias semelhantes.

Após a morte de Delmiro Gouveia em 1917, o núcleo fabril praticamente não sofreu ampliações. Nos anos vinte uma igreja foi acrescentada. A casa que serviu de residência ao sócio de Delmiro, Lionello lona, foi ocupada da década de 1920 à de 1940 pelo então proprietário da fábrica, Vicente de Menezes. Após a morte deste, a casa passou a abrigar um posto de saúde e posteriormente foi demolida. A casa ocupada por Delmiro foi reformada e transformada em casa de hóspedes da fábrica. Em 1961 a fábrica fundou um clube. A partir da década de 1960, quando a fábrica pertencia à família Menezes, as casas começaram a ser vendidas aos operários no âmbito de acordos trabalhistas envolvendo indenizações por tempo de serviço. No final da década de 1990 o prédio do Cassino foi inteiramente reformado para abrigar a rádio Delmiro AM e FM, de propriedade dos donos da fábrica. Fora dos limites das propriedades da fábrica, do lado oposto aos trilhos do trem, a povoação denominada Pedra Velha, ampliou-se progressivamente. Em 1952, Pedra foi desmembrada da cidade de Água Branca, convertendo-se em sede de um novo município, batizado de Delmiro Gouveia.

Após passar por vários donos, a fábrica contínua funcionando em 2003. A quase totalidade das casas que foram construídas pela empresa foi vendida e passou por reformas internas e nas fachadas. As cercas que circundavam o núcleo fabril há muito foram removidas. O prédio ocupado pelo hotel estava bastante deteriorado, mas mantinha suas características originais. O clube erguido na década de 1960 continuava funcionando e pertencendo à fábrica.

     

Biografia

 

1861 - dezembro - Nasce Maria Augusta, irmã de Delmiro Gouveia.
1863 - 5 de junho - Nasce na fazenda Boa Vista, do município de Ipu, diocese de Sobral, Ceará, filho natural do cearense Delmiro Porfirio de Farias e da pernambucana Leonila Flora da Cruz Gouveia, Delmiro Augusto da Cruz Gouveia.
· Delmiro Gouveia foi batizado na Vila de Santa Quitéria.
1867 - dezembro - Morre o Major Delmiro Porfirio de Farias, pai de Delmiro Gouveia, vitimado por ferimentos durante a Guerra do Paraguai, numa emboscada à margem do arroio Caimbocã.
1868 - A família de Delmiro se transfere para Pernambuco, fixando-se em Goiana, e quatro anos depois no Recife.
1878 - 6 de outubro - Leonila Flora da Cruz Gouveia, mãe de Delmiro, casa com o advogado Dr. José Vicente Meira de Vasconcelos.

* 7 de outubro - Falece no Recife-PE Leonila Flora da Cruz Gouveia, mãe de Delmiro Gouveia.
* Delmiro Gouveia começa a trabalhar como bilheteiro na estação de trem de Olinda, Pernambuco. Nesta época tinha apenas quinze anos de idade.

1880 - Exerce o primeiro posto de responsabilidade, como despachante de barcaças, após ter sido bilheteiro.
1883 - 28 de agosto - Já interessado na compra, para exportação, de peles de bode e ovelhas, o que o leva ao interior de Pernambuco, casa com Anunciada Cândida de Melo Falcão, a Iaiá, na cidade de Pesqueira.
* Aos 22 anos de idade, passou Delmiro a trabalhar na firma compradora de couros e peles Levy & Cia., do Recife.
1886 - Fixando-se no ramo de couros, passa a trabalhar, por comissão, para o sueco Hermann Lundgren e também por conta própria.
1888 - 16 de dezembro - Inaugura-se o “Derby Club” “, no Recife.
1891 - Funda, com um amigo de origem inglesa, a Levy & Delmiro, empresa especializada no
comércio de peles.
1896 - No Recife, funda a Casa Delmiro Gouveia & Cia, passando a alijar os concorrentes do Mercado, cujos melhores empregados especializados aproveita, a exemplo de Lionelo lona, John Krause, Guido Ferrari e Luiz Bahia.
1897 - Já ligado á poderosa casa nova-iorquina J.H. Rossbach & Brothers, que lhe seria de grande fidelidade ao longo da vida, excursiona longamente pela Europa com a esposa. Era, então, “O Rei das Peles”, tendo ocupado a presidência da Associação Comercial de Pernambuco. A nata social e artística da região se encontrava nas recepções suntuosas que promovia nos salões da Vila Anunciada, em Apipucos, sua residência.

*Delmiro Gouveia tornou-se proprietário da “maior refinação de açúcar da América do Sul”, a chamada Usina Beltrão.

1898 - Á frente da Usina Beltrão (prédio da atual Tacaruna), de refino e embalagem de açúcar, contrata com o prefeito Coelho Cintra, do Recife, a construção de um mercado modelo sem similar no Brasil, aproveitando as terras abandonadas do Derby Club.
1899 - 7 de setembro - Voltou da Exposição Universal de Chicago com a idéia de construir um Mercado modelo onde se pudesse encontrar de tudo. O mercado do Derby não demorou a ficar pronto. Era o primeiro estabelecimento comercial da capital pernambucana com energia elétrica, que vendia produtos pela metade do preço e funcionava 24 horas por dia. Também contava com hotel, parque de diversão e restaurante.

* Os preços baixos do Coelho Cintra incomodavam a concorrência, abrindo dai desentendimento com o então prefeito Esmeraldino Bandeira e, em decorrência, conflito em que se envolve, no Rio de Janeiro, com o todo-poderoso da política pernambucana, o presidente do senado e vice-presidente da República Francisco de Assis Rosa e Silva.

*17 de junho - Em plena rua do Ouvidor, no Rio de Janeiro, Delmiro Gouveia aplica algumas bengaladas no então vice-presidente da República, Rosa e Silva.

1900 - 2 de janeiro - O Mercado do Derby, construído por Delmiro, foi incendiado. Delmiro e seu sócio Napoleão Duarte foram presos e ficaram incomunicáveis.
1901 - Perseguido e com o casamento abalado, refugia-se por um ano na Europa, passando maior parte do tempo na Itália.

* 31 de janeiro - Após retorno da viagem à Europa, Delmiro tem uma discussão com seu sócio-administrador Napoleão Duarte, que lhe desfechou um tiro de revólver, ferindo-o sem gravidade. Estava desfeita a sociedade Gouveia & Cia.

1902 - 20 de setembro - Delmiro Gouveia, aos 39 anos, rapta a menor Carmélia Eulina do Amaral Gusmão, filha do desembargador Segismundo Antônio Gonçalves.

* O Banco do Recife decreta a falência da firma Silva, Cordeiro e Cia. Sua dívida era de mais de 1,7 contos de réis.
* novembro - Delmiro chega a Água Branca, onde é recebido pelo então senador e Coronel Ulisses Luna.
1903 - março - Delmiro Gouveia fixa residência em Pedra, povoado pertencente à cidade de Água Branca.
* Quando Delmiro chegou a Pedra, só existiam seis modestas casas residenciais e a estação da via férrea.

1904 -10 de fevereiro - Nasce Noêmia Gouveia, filha mais velha de Delmiro Gouveia e Eulina.
* 21 de maio - Delmiro foi preso na estação da Pedra pelo Tenente João Isidoro, oficial da policia de Pernambuco, que o supunha condenado pelo rapto da menor Carmélia Eulina. Mediante recurso ao Supremo Tribunal, impetrado pelo advogado Dr. José Vicente Meira de Vasconcelos, padrasto de Delmiro, a este já havia sido concedido habeas-corpus.

1905 - 27 de abril - Nasce Noé Gouveia, único filho homem de Delmiro e Eulina.
1907 - 12 de julho - Nasce Maria Gouveia, terceira e última filha de Delmiro e Eulina.
1908 - Maria Augusta, irmã de Delmiro, vem morar em Pedra, a convite do irmão. Maria Augusta também era conhecida como D. Maroca.
* Chega em Pedra Adolfo Santos, a fim de assumir o lugar de chefe de escritório da lona & Cia.
1909 - 1910 -Delmiro Gouveia atrai a Pedra, para estudos no rio e na cachoeira, a missão americana chefiada por Mr. Moore.
1911 - Pernambuco realiza eleições para governador. Vence as eleições o general Dantas Barreto, pondo fim ao domínio rosista.
* Fracassam as negociações de Delmiro com o governador de Pernambuco, o general Dantas
Barreto, no sentido de eletrificar o Nordeste com energia gerada por Paulo Afonso.
* 31 de maio - Através do Decreto n.º 8.573, o Governo Federal concede aos engenheiros Francisco Paula Ramos e Hans Hocker, de São Paulo, autorização para utilização da energia hidráulica da Cachoeira de Paulo Afonso.
1912 - Registro da Companhia Agro-Fabril Mercantil, no Recife.
1913 - 26 de janeiro - Uma bomba centrífuga de 150 cavalos-vapor impulsionava, através de mais de 24 quilômetros de canos importados da Alemanha, água do São Francisco, cuja ausência constituía o obstáculo principal à concretização dos empreendimentos de Delmiro Gouveia na povoação de Pedra.
* 24 de junho - Inaugurava-se em Pedra o serviço de iluminação elétrica, pública e particular, distribuída gratuitamente.
1914 - 5 de junho - Inaugurada a Fábrica de linhas que, com a marca nacional Estrela e, estrangeira, Barrilejo, muito cedo dominaria o mercado nacional, impondo-se fortemente nas praças argentina, chilena e peruana, sobre o similar estrangeiro.
* Introduz o automóvel no sertão.
* 10 de outubro - O então governador de Alagoas, Clodoaldo Fonseca, baixa decreto de n.0 732, abrindo crédito a Delmiro Gouveia como ajuda ao mesmo pelos gastos na construção de estradas. Cinqüenta contos de réis.
1915 - Inauguram-se grandes estabelecimentos e funda-se a feira de Pedra. No dia da feira, suspendia-se uma bandeira às 11 horas, anunciando o início; antes dessa hora, era proibido vender até uma caixa de fósforo.
1916 - A Fábrica de linhas da Pedra intensifica ainda mais a produção, tendo com a linha “Barrilejo” afirmado seu nome no estrangeiro, com as primeiras exportações feitas para a Argentina, Chile e outros países dos Andes.
* Inaugura-se a estação telegráfica de Pedra.
* Comitiva do então governador de Pernambuco,
Manoel Borba, visita a Pedra.
* 20 de dezembro - Delmiro Gouveia faz seguro de vida em beneficio dos três filhos.
1917 - 10 de outubro - Morre, assassinado a bala, aos 54 anos de idade, em seu bangaló da Vila da Pedra, hoje cidade de Delrniro Gouveia. Três tiros a queima roupa acabaram com o sonho de cobrir o sertão de máquinas.
· Quando Delmiro morreu, Pedra tinha cerca de 4 mil habitantes.
1918 -12 de outubro - O jornal “O Correio da Pedra”, dirigido por Adolfo Santos, teve seu
primeiro número em circulação, permanecendo até 1930.
* É inaugurada a Capela de Nossa Senhora do Rosário.
1925 - Lionelo Lona é afastado da direção da Cia. Agro Fabril Mercantil, desaparecendo do País para sempre. Os herdeiros de Delmiro assumem a frente dos negócios, através do seu filho Noé Augusto Gouveia.
1926 -17 de julho - O presidente Artur Bernardes baixa o Decreto n.º 17.383, aumentando a taxa de importação sobre a linha de coser, de 2 para 10 mil réis por quilo. Era um decreto para proteger a indústria nacional.
1927 - Com autorização do Sr. Juiz de Água Branca, os filhos de Delmiro vendem a Cia. Agro
Fabril Mercantil aos Senhores Menezes, Irmãos & Cia; pela quantia de 3. 600 contos de réis.
1929 - 2 de novembro - Em Paislay, Escócia, firmou-se acordo entre a Machine Cotton e a Companhia Agro-Fabril Mercantil, pelo qual esta lhe vendia por 27.000 libras a sua fábrica de linhas, com maquinismos e acessórios.
1930 - abril - Na vila da Pedra, os maquinismos eram lançados no penhasco do São Francisco, suplantando a idéia do pioneiro de desenvolver o Nordeste. Era a vitória do Truste Escocês.
1937 - 2 de janeiro - Morre em Pesqueira-PE Anunciada Cândida Falcão Gouveia, primeira esposa de Delmiro.
1954 - 22 de junho - Morre aos 67 anos de idade Eulina do Amaral Gusmão, segunda esposa de Delmiro e mãe de seus três filhos.
1955 - março - Luiz Gonzaga e Zé Dantas, figuras exponenciais da Música Popular Brasileira, gravam o baião “Paulo Afonso”, enaltecendo o empreendimento criado por Delmiro Gouveia.
1977 - 3 de novembro - Falece no Rio de Janeiro Maria Augusta, filha de Delmiro Gouveia.
1989 - 20 de fevereiro - É inaugurado o Museu Delmiro Gouveia.
1992 - 30 de junho - O Grupo Carlos Lyra, de Alagoas, adquiriu o controle acionário da Multifabril Nordeste S/A, mudando a denominação da firma para Fábrica da Pedra S/A- Fiação e Tecelagem.
1993 - 2 de julho - Falece Dr. Ulisses Luna, ex-prefeito do município de Delmiro Gouveia e afilhado de Delmiro.